Uma noite dedicada à seresta (03/11) marcou o encerramento do projeto “Viva o compositor Brasileiro”, uma realização da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Subdiretoria-Geral de Cultura, e da Fundação Anita Mantuano de Artes do Rio de Janeiro (Funarj) que trouxe grandes nomes e novas revelações da Música Popular Brasileira ao palco do Palácio Tiradentes desde julho. O espetáculo dessa vez ficou por conta de ‘Serenatas na Janela’, com Juliana Maia, cantora e compositora de Conservatória, distrito de Valença, na Região do Médio Paraíba, conhecido como a ‘capital mundial da seresta’.
“É uma alegria estar aqui num lugar tão importante para a história do nosso estado. Eu me sentindo em casa num lugar tão majestoso”, disse Juliana, após abrir o show com a clássica canção ‘Rosa’, do mestre do choro Pixinguinha. A seresteira também destacou a relevância do projeto: “Exaltar o compositor, em tempos de tantos cantores, é um ato de resistência e bondade. É o momento de festejarmos o quanto nossa música é vanguardista, é potente e com tanta diversidade”.
‘Viva o Compositor Brasileiro’ contou também com apresentações de artistas como Wagner Tiso, Yassir Chediak, Buchecha, Ceiça Moreno, Isabella Taviani, Kleiton e Kledir, Carlos Dafé, Ivan Lins, Fundo de Quintal e Ronaldinho do Cavaquinho.
Juliana apresentou algumas pérolas dos seresteiros que atravessam gerações, como as composições “Noite cheia de estrelas” (Cândido das Neves); “Risque” (Ary Barroso); “Eu sonhei que estavas tão linda” (Lamartine Babo e Francisco Mattoso) e “Nunca” (Lupicínio Rodrigues); “Último Desejo” (Noel Rosa), “Negue” (Adelino Moreira) e “A Noite do Meu Bem” (Dolores Duran). Ela também apresentou ‘Pensando em Ti’, de Erivelto Martins, lembrando que o compositor era nascido em Barra do Piraí, no Médio Paraíba. Trouxe ainda ‘A Sorrir’, de Cartola, e, encerrando o espetáculo, apresentou duas clássicas de Gonzaguinha – ‘Sangrando’ e ‘O Que é, O Que é’, que encerrou a noite.
O violonista e compositor mineiro Guilherme Pimenta fez o show de abertura apresentando duas músicas de sua autoria, lançadas em seu recente CD – o bolero ‘Palo e Tiano’ e o ‘Forró de Três Amigos’ – e também a icônica ‘Naquela Mesa’, canção eternizada na voz de Nelson Gonçalves, criada por Sérgio Bittencourt para homenagear seu pai, Jacob do Bandolim. Com seu violino, o músico também acompanhou Juliana, junto com Mateus Martins, Mateus Maciel e Helbert Santos. “Conheci Guilherme na Rádio Roquette Pinto. Ele também é professor da UFRJ, excelente arranjador e nos tornamos amigos”, elogiou a intérprete.
Mais sobre Juliana Maia
Juliana Maia também apresentou ao público composições de sua autoria, como ‘Sonhar’, uma música infantil criada em parceria com Eduardo Branco para seu projeto ‘Juju e a Locomotiva Encantada’, que deu origem a um livro e a um musical.
Juliana, que começou aos 8 anos estudando piano e violão, frequentou a Faculdade de Música e formou-se em canto pela UFRJ. Agitadora cultural, criou em 2014 o Teatro Musical Sonora, bem no centro histórico de Conservatória.
Por Ascom/ALERJ