Linha do Tempo

Através da História

1631

Muito antes da construção do Palácio Tiradentes, o local onde hoje está a sede histórica do Poder Legislativo do Estado do Rio de Janeiro abrigava um edifício conhecido como CASA DE CÂMARA E CADEIA. Com o passar dos anos, a edificação ficou mais conhecida como CADEIA VELHA. Na época, era comum nas cidades coloniais da América portuguesa que esses prédios também abrigassem prisões.

A origem da Casa de Câmara e Cadeia remonta ao ano de 1631, quando os membros do Senado e da Câmara do Rio de Janeiro solicitaram a construção de um edifício especialmente projetado para servir aos "trabalhos do legislativo".

1808

Em 1808, quando a CORTE PORTUGUESA TRANSFERIU-SE PARA O BRASIL, fugindo das invasões napoleônicas na Península Ibérica, a família real se estabeleceu no Paço Real (hoje Paço Imperial) e seus empregados foram instalados no prédio ao lado, na chamada Cadeia Velha. Essas construções ficavam no centro político e econômico do Rio de Janeiro da época, o Largo do Carmo.

1822

Na época do Império, o Rio de Janeiro era a capital do Brasil e, após a independência do país, em 1822, o prédio da Cadeia Velha abrigou a Assembleia Constituinte. Durante todo o período em que o Brasil foi governado sob um regime monárquico, a Cadeia Velha foi um lugar privilegiado de importantes acontecimentos políticos e legislativos, como a VOTAÇÃO E APROVAÇÃO DA LEI ÁUREA, que viria a ser assinada em 13 de maio de 1888, promovendo, oficialmente, a abolição da escravidão no Brasil.

1902

O Centro do Rio de Janeiro antes do Palácio Tiradentes

Em 1902, o engenheiro Francisco Pereira Passos assumiu a Prefeitura do Rio de Janeiro, a convite do presidente Rodrigues Alves, e pôs em prática um antigo plano: transformar o Rio de Janeiro em uma cidade moderna, elegante, sintonizada com o modelo de capitais europeias, como Paris. Assim, Pereira Passos transformou a cidade em um enorme CANTEIRO DE OBRAS, removendo cortiços, alargando ruas e decretando leis sobre os costumes.

O prefeito queria fazer da cidade um lugar mais civilizado e passou a coibir modos considerados grosseiros ou insalubres. Proibiu, por exemplo, o ato de cuspir no chão; a mendicância; a condução de vacas pelas ruas para a venda de leite fresco; e a venda de pedaços de carne em tabuleiros, que eram montados no meio das calçadas.

1914

Em 1914, o prédio da Cadeia Velha se encontrava em péssimas condições. Havia infiltrações e rachaduras nas estruturas. Era impraticável trabalhar ali e a CÂMARA FOI TRANSFERIDA PARA O PALÁCIO MONROE, que ficava na Cinelândia. A fachada deteriorada da Cadeia Velha era o símbolo da perda de importância do poder Legislativo na República Velha.

1922

Em 1922, no centenário de nossa Independência, o Rio de Janeiro se propôs a receber um grande evento internacional, a chamada Exposição Universal. Nesse contexto, o Palácio Monroe, onde estavam trabalhando os deputados, foi requisitado para abrigar parte da enorme exposição que estava sendo organizada. Os deputados tiveram de se mudar mais uma vez e A CÂMARA FOI INSTALADA NA BIBLIOTECA NACIONAL. Tendo em vista as constantes mudanças da sede do Parlamento brasileiro, os deputados conseguiram a aprovação do governo federal para a construção de uma sede definitiva do Poder Legislativo.

1926

É INAUGURADO O PALÁCIO TIRADENTES, ao custo de 15 mil réis – a metade do custo do Palácio Pedro Ernesto, atual Câmara dos Vereadores, na Cinelândia. O então presidente da Câmara, Arnolfo de Azevedo, ordenou economia: toda a estrutura é de concreto e tijolo. Até as estátuas são de massa.

Muitos dos móveis foram doados pelo estado de São Paulo, assim como diversas outras doações mobilizaram todos os estados brasileiros e ricos cafeicultores da época.

1782

Joaquim José da Silva Xavier, o TIRADENTES FICA PRESO DURANTE CINCO DIAS na Cadeia Velha antes se ser levado à forca na manhã de sábado, 21 de abril de 1782. Ele caminhou em procissão até a Praça da Lampadosa (atual Praça Tiradentes), onde foi morto. A leitura da sentença estendeu-se por dezoito horas e depois houve discursos de aclamação à rainha.

1921

Sob a alegação de que a Cadeia Velha era um triste retrato de nosso passado colonial, que não condizia com a face moderna da cidade que se projetava para o mundo, em 25 de dezembro de 1921, foi aprovado um projeto dos arquitetos Archimedes Memória e Francisco Couchet para demoli-la e construir no seu lugar a nova sede do Legislativo.

No ano seguinte, o prédio da CADEIA VELHA VEIO ABAIXO veio abaixo e, quatro anos depois, em 6 de maio de 1926, foi inaugurado o Palácio Tiradentes, na mesma data em que se comemorava o centenário da instalação da primeira Câmara Legislativa do Império. O prédio foi assim batizado em homenagem à memória de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, condenado à morte por lutar contra a opressão da coroa portuguesa, defendendo ideais republicanos.

1934

Após a Revolução de 30, é feita a Constituição que menos durou na nossa história: apenas três anos. A ideia era promulgar uma Carta mais adequada aos novos tempos, que conferisse maior poder de participação às camadas antes excluídas pelo poder exercido pelas oligarquias de Minas e São Paulo (política do Café com leite).

1937

Em 1937, às vésperas das eleições, o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, FECHOU O CONGRESSO e estabeleceu um regime autoritário, o Estado Novo. Em lugar dos debates e da produção de leis, o Palácio Tiradentes passou a abrigar o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão responsável pelo controle da informação nos meios de comunicação.

1945

Com a saída de Vargas, em 1945, o Palácio Tiradentes novamente pôde abrigar uma Assembleia Constituinte, que permitiria ao Brasil construir uma NOVA FASE POLÍTICA, com a formação de partidos políticos e a estruturação de instituições democráticas.

1968

Mesmo após a transferência da Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara (ALEG) para o antigo edifício da Câmara Municipal, o Palácio Tiradentes permaneceu como uma das principais referências da política na cidade. Na foto, os manifestantes da Passeata dos Cem Mil, realizada no dia 26 de junho de 1968, concentram-se nas proximidades do Palácio. Foto Arquivo Nacional - Arquivo do Correio da Manhã.

1975

O Parlamento do Brasil permaneceu no Palácio Tiradentes até 1960, quando a capital do país foi transferida para Brasília. Com isso, o Palácio se tornou a sede da ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA GUANABARA (ALEG) e, no ano de 1975, com a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, passou a abrigar a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), onde funciona até hoje.

1960

Sob o argumento de que era preciso desenvolver o interior do País, Juscelino Kubitscheck transfere a CAPITAL PARA BRASÍLIA e o Palácio Tiradentes passa a abrigar a Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara (ALEG).

2000...

É feita a primeira grande restauração do Palácio Tiradentes e INAUGURADA A EXPOSIÇÃO PERMANENTE: Palácio Tiradentes, lugar de memória do parlamento Brasileiro. Inicia-se, nesta fase, um processo de maior abertura das portas do Palácio para a sociedade que perdura até os dias atuais. A Cultura passa a ocupar mais espaço, com encenação de peças nas escadarias, concertos e exposições gratuitas.

É criado Alô, Alerj! através do número 0800 0220008; vantagens e super salários de servidores são cortados e o site da casa vira uma agência de notícias. O Parlamento fluminense passa a ser destacar como de vanguarda: é o primeiro do Brasil a aprovar leis como o passe livre para estudantes (1999); fim do voto secreto (2001); cotas raciais em universidades públicas (2003), proibição de contratação de parentes nos três poderes (2005) e cria um aplicativo de celular (Carteirada do Bem) onde o cidadão pode conhecer leis que fazem parte do seu cotidiano e cobrar seu direito (2015).

2016

Nos 90 anos do Palácio Tiradentes, a ALERJ promove com recursos economizados durante quatro anos do seu orçamento, a SEGUNDA GRANDE REFORMA EXTERNA do prédio, castigado pelo tempo e por depredações.

A programação de aniversário incluiu concertos e a encenação, nos dias 6 e 7 de maio, do espetáculo "Tiradentes, um Palácio de Histórias", escrito e estrelado pelo historiador Milton Teixeira. A essa agenda cultural, soma-se a tradicional VISITA GUIADA que, no ano anterior, arrebanhou 45 mil visitantes.

2021

Para celebrar os 95 anos do Palácio Tiradentes, uma parceria entre as subdiretorias de Cultura e Comunicação Social da ALERJ apresenta uma exposição virtual Meu Palácio Tiradentes. Programada inicialmente para ser exibida no Salão Nobre, ela precisou ser readaptada em respeito às normas sanitárias de distanciamento social, devido a pandemia da Covid 19. A apresentação completa está disponível em https://www.alerj.rj.gov.br/Visualizar/GaleriaFotos/50510.

Confira como tudo começou

Venha mergulhar na nossa história e descubra um grande pedaço da memória política do Brasil.